O Potencial dos BRTS

Manià

Publicado por Ronaldo Balassiano
Ph.D. em Engenharia de Transportes pela University of Westminster.

MANIA ARQUITETURA SOROCABA

Prioridade para o Transporte Coletivo:

Especialistas e técnicos do setor de transportes já conhecem a sigla BRT (Bus Rapid Transit). Trata-se de uma “nova modalidade” de transporte coletivo urbano, onde o ônibus opera com eficácia máxima. Pode-se traduzir essa sigla como “Sistema de Transporte Rápido”, “Sistema Rápido de Ônibus” ou ainda “Sistema Expresso de Ônibus”. No entanto, essas denominações não são suficientemente explícitas para que os que não atuam na área de transportes, o usuário do transporte coletivo e os que utilizam seus carros em viagens diárias fiquem esclarecidos sobre o que se quer caracterizar.

Há cerca de 40 anos (1965), Curitiba inovou no planejamento urbano com o desenvolvimento e implantação de um sistema de transportes por ônibus, que operava de forma harmônica e integrada com o uso do espaço urbano. Esse sistema tinha uma lógica muito simples: dar prioridade para o transporte coletivo (ônibus) nos principais corredores de tráfego e promover sua integração tanto com sistemas de transportes de menor capacidade (sistemas alimentadores) quanto com o processo de planejamento urbano. O resultado dessa “ousada inovação” mostrou ao Brasil e ao mundo a possibilidade de se implantar um sistema de transporte público de qualidade a custos relativamente não muito elevados, associado a um ambiente urbano mais humano.

Existem hoje em operação, no mundo, cerca de 140 sistemas de transportes coletivos urbanos operados por ônibus que tiveram como modelo aquele implantado em Curitiba pelo urbanista Jaime Lerner e sua equipe. Nem todos esses sistemas são tão eficientes quanto o de Curitiba, mas todos, com suas adapta- ções, seguem o modelo pioneiro ali concebido. Alguns desses novos sistemas se sofisticaram. Contam com o suporte de dispositivos tecnológicos de última gera- ção, utilizam combustíveis alternativos, operam novos modelos operacionais e tarifários e veículos tecnologicamente mais modernos.

BRT – ASPECTOS GERAIS

Alguns outros aspectos relevantes, vinculados à operação de sistemas BRT, devem ser destacados. Primeiro, o custo de implantação de 1 km de BRT é cerca de 10 vezes menor que o custo de implantação do mesmo km de um sistema metroviário subterrâneo (10 milhões de dólares no caso do BRT e 100 milhões no caso do metrô). Muitos consideram que veículos leves operando sobre trilhos (VLT ou “bondes modernos”) seriam mais eficientes em operações nas áreas urbanas. Do ponto de vista tecnológico, são realmente mais sofisticados. Porém, o custo total de implantação seria o dobro, se comparado ao BRT e a capacidade de transportes não seria muito maior (25.000 pas-sageiros por hora por sentido no caso do VLT contra cerca de 20.000 no caso do BRT). Ressalte-se, porém, que o sistema implantado na cidade de Bogotá atinge atualmente uma capacidade de transporte superior a 40.000 passageiros por hora e por sentido nos horá- rios de pico. O segundo aspecto relevante é o tempo de implantação de um BRT que é cerca de 2/3 menor, quando comparado a um sistema metroviário e cerca da metade ao necessário para se implantar um sistema do tipo VLT ou “bondes modernos”. A questão dos custos e do tempo de implantação facilita a formação de parcerias do tipo público privada – PPP (menor investimento inicial aliado a um menor tempo de implantação), e desta forma esses sistemas têm sido adotados ou estão em fase de implantação em todos os continentes. Cabe ainda ressaltar a possibilidade de utilização de combustíveis alternativos no sistema BRT (gás natural, biocombustíveis, veículos híbridos, entre outras opções atualmente testadas de forma experimental).

Os Estados Unidos, país com a maior taxa de motorização no mundo (taxa que traduz o número de veículos motorizados disponíveis para cada habitante), têm como uma das políticas prioritárias de seu Departamento Nacional de Transportes, incentivar e dar suporte integral à implantação desses sistemas. Diversos BRTs estão em operação ou em fase de implantação em todo o país. De forma idêntica, a China, um dos países emergentes que mais surpreende e cresce no mundo globalizado, detendo uma das menores taxas de motorização no mundo, vem investindo de forma significativa na implantação desses sistemas. A cidade de Pequim, que foi sede dos Jogos Olímpicos em 2008, implantou uma rede de BRTs, como alternativa de transporte público de qualidade, operado de forma integrada ao sistema metroviário existente, facilitando o acesso aos locais onde foram realizados os eventos esportivos. A rede de Pequim abrange cerca de 300 km de vias operadas por BRTs. Diversas outras cidades na China desenvolvem ou já implantaram projetos do tipo BRT. Não pode ser considerada simples coincidência, o fato de dois países de características econômicas e sócio-culturais tão diferentes privilegiarem sistemas do tipo BRT como principal solução de transporte público para suas cidades.

 

Bibligrafia consultada
BALASSIANO, Ronaldo. No transporte urbano, a hora é esta. Artigo publicado no Jornal O Globo em 26/ 07/2007. GRÜTTER, J.M. The CDM in the transport sector. GTZ, Transport service advisory service. 2007.

 

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