Edifícios híbridos. novas formas de viver no século XXI
Publicado em 16 de janeiro de 2014 pelo carlosaparisi
Carlos Aparisi Aparisi
O processo de globalização contemporânea estabeleceu um sistema global de livre circulação (de capital, bens e pessoas), dando origem ao fenômeno do aumento da mobilidade urbana. Essas mudanças têm impulsionado a migração para as principais áreas de atração econômica, resultando em um processo de densificação urbana e, portanto, agindo como um adubo no desenvolvimento de novos tipos, tais como edifícios híbridos, estruturas capazes de unir deferentes aplicações e combina-las.
Qual é o potencial dos edifícios no século XXI?
Sem dúvida, devido à hiper-urbanização das principais regiões econômicas, estas podem atuar como incubadoras de novos tipos de arquitetura. Estes novos tipos de híbridos devem tornar-se condensadores sociais para novas comunidades, capazes de definir o espaço público e conter habitação, trabalho e atividades culturais para a população. As seções têm prioridade sobre a terra; o desafio de densidade metropolitana do século XXI é a consolidação da linha vertical como uma nova experiência espacial. A liberdade de invenção é um potencial específico de edifícios híbridos.
Podemos definir as principais características desta nova tipologia?
A forma.
A concentração de muitas atividades sociais expandem e deformam um tipo de tipologia pura, a correspondência entre a forma e a função do edifício já não funciona. Em híbridos, a relação entre forma e função pode ser explícita ou implícita. No primeiro caso, há uma tendência para a fragmentação e o segundo para a integração. O edifício híbrido não tem uma morfologia de um uso particular, tentara manter um recipiente de forma a criar um habitat diferenciado, onde todos os usos estão unidos (dentro de uma área de influência).
No entanto, em resposta a essa forma-recipiente que podem ser classificados em três tipos distintos:
Programas
A mistura de usos é um sistema de feedback que favorece os mais fracos para que todas as partes se beneficiem das atividades. Edifícios híbridos são organismos com vários programas interligados, preparados para acolher tanto as atividades planejadas, como as improvisadas de uma cidade.
Densidade
Edifícios híbridos devem esta em entornos densos e com limitações para a ocupação do solo. O esquema híbrido propõe ambientes onde muitas atividades são misturadas para melhorar as condições de vida e revitalizar os ambientes em que eles se encontram.
As periferias urbanas, complexos multiuso, shoppings não são sistemas híbridos, já que nestes casos a pressão do valor da terra não existe, nem aparece em qualquer lugar a rigidez da parcela ou a parcela exigindo forma ou formato.
A escala
Edifícios híbridos são geralmente superedificios, mega-estruturas ou edifícios situados em superquadras da cidade. A escala de um híbrido e do seu relacionamento com o ambiente é medida pela justaposição do programa. Em híbridos verticais, as funções são unidas por sobreposição, em adição ao piso horizontal.
Sociabilidade
Edifícios híbridos são projetados para que, graças às atividades que ocorrem no interior, um feedback ocorra entre vida privada e vida pública. A permeabilidade do híbrido em comparação com o uso da cidade torna acessível ao, uso privado do seu equipamento estendendo suas horas de utilização até 24h por dia. A ideia de uso compartilhado pode levar a confusão com outros tipos de edifícios. No entanto, se analisarmos os dois modelos a partir dos principais recursos, podemos ver algumas diferenças:
– Enquanto o condensador social, concentra toda a sua capacidade de processamento sobre os membros de um condomínio fechado, o híbrido se abre para a cidade e estimula o contato entre estranhos, intensifica o uso da terra, enquanto densifica,relaciona e da margem para indeterminação, versus o controle imposto pelo condensador.
– Para o programa, podemos ver que os híbridos são caracterizados por uma mistura de usos dentro do mesmo projeto, mas com diferentes programas, que por sua vez têm diferentes desenvolvedores, gerenciamento diferente e, naturalmente, diferentes usuários. Um híbrido pode ser tão diversificado como um bairro ou uma cidade, no nível do usuário, tempo de uso e programa. Enquanto isso, condensadores sociais são principalmente edifícios de habitação de baixo uso, onde questões econômicas e ideológicas, se segregam uma séries de funções da vida privativa e se convertem em publicas.
Exemplos de Edifícios Híbridos.
Na correspondência do híbrido ideal entre a forma e a função não funciona neste edifício, limita-se a ser um edifício que tenta uma diversidade de habitat, indiferenciado de suas funções, usos que dependem de diferentes iniciativas, tanto públicas como privadas. Cada híbrido é uma criação única, sem modelos anteriores.
É um edifício oportunista, procurando relacionamentos inesperados e imprevisível, que incentiva o uso público das suas utilizações não estão limitados exclusivamente aos residentes.
O híbrido ideal desenvolvido em ambientes densos, adaptando-se ao urbano e inter-relação com o espaço público envolvente. O híbrido ultrapassa os domínios da arquitetura e entra no campo do urbanismo.
Bibliografia
HYBRID BUILIDNGS. Joseph Fenton
THIS IS HYBRID. Aurora Fernández Per, Javier Mozas, Javier Arpa
NEXT. COLLECTIVE HOUSINNG IN PROGRESS. Aurora Fernández Per, Javier Mozas, Javier Arpa
HYBRIDS I. Híbridos verticales
HYBRIDS II. Híbridos horizontales
HYBRIDS III. Híbridos residenciales
Vigor híbrido y el arte de mezclar. Martin Musiatowicz